O dogma da Assunção de Nossa Senhora: o que é?

segunda-feira, agosto 18, 2008

CONTINUACAO

 

CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA PIO XII

MUNIFICENTISSIMUS DEUS

DEFINIÇÃO DO DOGMA DA ASSUNÇÃO 
DE NOSSA SENHORA
 EM CORPO E ALMA AO CÉU

  

 Introdução 

1. Deus munificentíssimo, que tudo pode, e cujos planos de providência são cheios de sabedoria e de amor, nos seus imperscrutáveis desígnios, entremeia na vida os povos e dos indivíduos as dores com as alegrias, para que por diversos caminhos e de várias maneiras tudo coopere para o bem dos que o amam (cf. Rm 8,28).

2. o nosso pontificado, assim como os tempos atuais, tem sido assediado por inúmeros cuidados, preocupações e angústias, devido às grandes calamidades e por muitos que andam afastados da verdade e da virtude. Mas é para nós de grande conforto ver como, à medida que a fé católica se manifesta publicamente cada vez mais ativa, aumenta também cada dia o amor e a devoção para com a Mãe de Deus, e quase por toda parte isso é estímulo e auspício de uma vida melhor e mais santa. E assim sucede que, por um lado, a santíssima Virgem desempenha amorosamente a sua missão de mãe para com os que foram remidos pelo sangue de Cristo, e por outro, as inteligências e os corações dos filhos são estimulados a uma mais profunda e diligente contemplação dos seus privilégios.

3. De fato, Deus, que desde toda a eternidade olhou para a virgem Maria com particular e pleníssima complacência, quando chegou a plenitude dos tempos (Gl 4,4) atuou o plano da sua providência de forma que refulgissem com perfeitíssima harmonia os privilégios e prerrogativas que lhe concedera com sua liberalidade. A Igreja sempre reconheceu esta grande liberalidade e a perfeita harmonia de graças, e durante o decurso dos séculos sempre procurou estudá-la melhor. Nestes nossos tempos refulgiu com luz mais clara o privilégio da assunção corpórea da Mãe de Deus.

4. Esse privilégio brilhou com novo fulgor quando o nosso predecessor de imortal memória, Pio IX, definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição. De fato esses dois dogmas estão estreitamente conexos entre si. Cristo com a própria morte venceu a morte e o pecado, e todo aquele que pelo batismo de novo é gerado, sobrenaturalmente, pela graça, vence também o pecado e a morte. Porém Deus, por lei ordinária, só concederá aos justos o pleno efeito desta vitória sobre a morte, quando chegar o fim dos tempos. Por esse motivo, os corpos dos justos corrompem-se depois da morte, e só no último dia se juntarão com a própria alma gloriosa.

5. Mas Deus quis excetuar dessa lei geral a bem-aventurada virgem Maria. Por um privilégio inteiramente singular ela venceu o pecado com a sua concepção imaculada; e por esse motivo não foi sujeita à lei de permanecer na corrupção do sepulcro, nem teve de esperar a redenção do corpo até ao fim dos tempos.

6. Quando se definiu solenemente que a virgem Maria, Mãe de Deus, foi imune desde a sua concepção de toda a mancha, logo os corações dos fiéis conceberam uma mais viva esperança de que em breve o supremo magistério da Igreja definiria também o dogma da assunção corpórea da virgem Maria ao céu.

Petições para a definição dogmática

7. De fato, sucedeu que não só os simples fiéis, mas até aqueles que, em certo modo, personificam as nações ou as províncias eclesiásticas, e mesmo não poucos Padres do concílio Vaticano pediram instantemente à Sé Apostólica esta definição.

8. Com o decurso do tempo essas petições e votos não diminuíram, antes foram aumentando de dia para dia em número e insistência. Com esse fim fizeram-se cruzadas de orações; muitos e exímios teólogos intensificaram com ardor os seus estudos sobre este ponto, quer em privado, quer nas universidades eclesiásticas ou nas outras escolas de disciplinas sagradas; celebraram-se em muitas partes congressos marianos nacionais e internacionais. Todos esses estudos e investigações mostraram com maior realce que no depósito da fé cristã, confiado à Igreja, tatmbém se encontrava a assunção da virgem Maria ao céu. E de ordinário a conseqüência foi enviarem súplicas em que se pedia instantemente a definição solene desta verdade.

9. Acompanhavam os fiéis nessa piedosa insistência os seus sagrados pastores, os quais dirigiram a esta cadeira de S. Pedro semelhantes petições em número muito considerável. Quando fomos elevado ao sumo pontificado, já tinham sido apresentadas a esta Sé Apostólica muitos milhares dessas súplicas, vindas de todas as partes do mundo e de todas as classes de pessoas: dos nossos amados filhos cardeais do Sacro Colégio, dos nossos veneráveis irmãos arcebispos e bispos, das dioceses e das paróquias.

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comentário(s)

  1. Raquel Jubert disse:

    Buscando músicas católicas encontrei este site. Estou maravilhada com o que encontrei. Palavras de conforto,de esperança,de fé.Rogo a Deus que outras pessoas possam encontrá-lo e que fiquem maravilhadas assim como eu.

  2. Alex A. Borges disse:

    Convido os demais leitores do Canto da Paz a visitar via internet o belíssimo mosteiro cisterciense dedicado à gloriosa Assunção de Nossa Senhora, em Itatinga, no interior de São Paulo, próximo ao seu centro geográfico: http://www.mosterioitatinga.org.br

  3. Roberto disse:

    Olá!!Gostaria de saber se existe e onde algum registro sobre a morte a assunção da Virgem Maria. Obrigado.

  4. cantodapaz disse:

    **** Roberto, A Assunção é um dogma, portanto, uma verdade acreditada desde os primeiros anos no início da Igreja e perpetuada ao longo dos séculos, pela Tradição. A Igreja nem se quer se pronuncia se a Virgem Maria morreu ou se foi elevada aos céus em vida. Este detalhe não é essencial para que creiamos. Um abraço. ****

  5. Alex A. Borges disse:

    Fé e razão são complementares; não são incompatíveis. Não devemos fechar nossa razão ( inteligência) à fé, nem fechar nossa fé à razão. Não é verdade ou real só aquilo que a inteligência humana explica ou o que, no caso, a ciência histórica registra. Os primeiros cristãos que conviveram com Santíssima Virgem Mãe de Deus foram testemunhas fidedignas da sua Assunção. Esse seu testemunho foi recebido e perpetuado pelos demais cristãos e pela tradição da Igreja. Ademais o Espírito Santo dado por Deus à sua Igreja nos assegura pelo magistério pontifício, exercido no dogma, a verdade da Assunção da Mãe de Deus! Bendita seja a gloriosa Assunção da Mãe de Deus, Maria Santíssima!

  6. Antonio disse:

    Peço vênia para acrescentar o que, provavelmente, muita gente desconhece: Quando se vai promulgar um dogma católico, a Santa Sé, no seu “modus operandi” expressa a todos os Bispos do Mundo o desejo de quase todo o orbe católico em tal particularidade. E a tais Bispos se pede que reze por determinado tempo e expresse o seu “parecer”. No que tange ao dogma da Assunção, quase a totalidade dos Bispos respondeu que sim; ou seja, que devia ser promulgado o dogma como revelação de Deus. Após o quê, o Santo Padre, unido com o colegiado de Cardeais, orantes, faz o pronunciamento oficial. —- Estarei certo em assim dizê-lo? Perdão, se me informaram erroneamente.

  7. Anônimo disse:

    Not so bad 🙂

  8. beatriz disse:

    PAZ DE CRISTO.
    ENTREI NO SITIO PARA VER UM CERTO ARTIGO QUE PROCUREI NO GOOGLE E JÁ FAZ MAIS DE MEIA HORA QUE PASSEIO POR VÁRIAS PÁGINAS E ADOREI A MANEIRA COMO SÃO COLOCADOS OS ARTIGOS, DE UMA MANEIRA SIMPLES E PRÁTICA DE ENTENDER.
    DEIXAREI O SITIO NA MINHA LISTA DE FAVORITOS.
    PARABENS A TODOS PELO BELO TRABALHO.
    SHALOM.
    BIA.

  9. Hermeto Nelson Spohr disse:

    Gostei muito! Tudo que se refere a Nossa Senhora fico maravilhado. Cada vez mais,mais apaixonado.Amo muito Nossa Mãe Maria Santíssima!Continuem,por favor,a escrever sobre Maria.Por favor!…Pela graça de Nossa Senhora,Mãe de Nosso Senhor Jesus e Esposa mui-fidelíssima de Nosso Senhor Deus Pai,criador do céu e da terra e que por Ele todas as coisas foram geradas…

  10. Maria Leonor B. M. G. de Figueiredo disse:

    adorei o artigo me tirou dúvidas sobre a Assunção de Nossa Senhora,mas como é difícil para mim ainda assimilar tudo isto,é um mistério mesmo.

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